Por Andrei Viana

Um dos debates que mais se ampliou nos últimos tempos, especialmente com o advento das redes sociais, fora a discussão do posicionamento político dos Católicos. Este tema por muitos tratados como delicado está muito bem alinhado na Doutrina Social Católica e em seus documentos, assim como no Catecismo. Mas muitos insistem em deturpar esta doutrina para interesses próprios e outros a desconhecem totalmente. O grande questionamento: a Igreja é de direita ou de esquerda? A Igreja é Católica! Católica significa que é Universal e não pode ser limitada em ideologias políticas e facilmente podemos encontrar as respostas em seus documentos. O catecismo nos diz:

2425. A Igreja tem rejeitado as ideologias totalitárias e atéias associadas, nos tempos modernos, ao “comunismo” ou ao “socialismo”. Além disso, na prática do “capitalismo”, ela recusou o individualismo e o primado absoluto da lei do mercado sobre o trabalho humano. A regulamentação da economia exclusivamente por meio planejamento centralizado perverte na base os vínculos sociais; sua regulamentação unicamente pela lei do mercado vai contra a justiça social, “pois há muitas necessidades humanas que não podem atendidas pelo mercado”. É preciso preconizar uma regulamentação racional do mercado e das iniciativas econômicas, de acordo com uma justa hierarquia de valores e em vista do bem comum. CIC 2425

Em resumo a Igreja não é socialista, comunista e tampouco capitalista. Sim, há valores Católicos que se assemelham a estes vieses, porém não é a Igreja concordante nestes termos em sua totalidade. E é exatamente por este motivo que devemos buscar conhecer a doutrina de nossa Igreja para que se façam as mudanças sociais necessárias. Schoenstatt nasce disto! Temos em nosso carisma o autêntico espírito social! Somos Igreja e devemos buscar não sermos militantes de partidos, mas sim transformar esta pátria em Tabor para Mãe Rainha!

Neste novo ano, especialmente em virtude da posse, decisões e declarações do novo governo e seus ministros tivemos mais uma parcela do que ocorreu em meados da última eleição: discussões e polarizações em redes sociais. Em toda história humana o extremismo nos faz perder o foco. Para nós como Católicos se faz urgente a ação apostólica nesta nação. Ocorridas as eleições é hora de fiscalizar o atual governo, apontar sim erros quando houver, mas também torcer pelo bem da nação. Deixar de lado o sentimento de querer mostrar que estava certo em ter votado em x ou y e fazer o nosso papel como Cidadãos! Nem todos seremos políticos públicos, mas fazemos a política e somos responsáveis pelo futuro da pátria! A tão sonhada nova terra mariana passa por nossas ações. Certa vez ao comentar sobre a situação da Alemanha em 1914, causada pela guerra, nosso Pai e Fundador deixa claro que:

Se queremos desenvolver uma ação social abrangente, nossa maior ação social deve consistir na conquista do espírito social. O espírito social é o espírito do amor, da bondade, da consideração por outros, da delicada sensibilidade para com as aflições dos outros e a pronta e atenta disponibilidade em ajudar. Numa palavra: é o espírito de um heroísmo sacrifical verdadeiramente cristão… este espírito social só pode existir onde se combate energicamente o egoísmo, o amor próprio, a busca do próprio proveito. Temos assim diante de nós um grande e vasto campo de ação social! (…) A arma, a espada com a qual contribuímos para conduzir a pátria à vitória consiste em séria expiação, em autodomínio, em posse de si: em auto santificação.
Padre Kentenich, dezembro, 1914



Portanto é hora heróis da vida diária, heróis que mostram a face de Cristo onde estejam! Nem pra um lado, nem para o outro, mas no centro que é o próprio Cristo!

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