Quem foi? Qual sua importância? Como nos inspira?

José Luís Engling nasceu aos 05/01/1898, em Prossiten – uma aldeia da Prússia Oriental, à época Alemanha, hoje Polônia –, sendo o quarto de sete filhos de Augusto Engling e Maria Masuth. Na infância, foi acometido pela poliomielite e, como sequelas, adquiriu um caminhar encurvado e dificuldades na fala – circunstâncias essas que o tornaram alvo de desprezo e de piadas, sobretudo no Seminário, por parte daqueles que o julgavam apenas pela aparência.

Apesar de tais limitações, desde cedo ele demonstrava uma profunda religiosidade, tanto que, aos 4 anos, depois de acompanhar sua mãe pela primeira vez na Via Sacra dominical e de se impressionar com as 3 quedas de Cristo, tomou-lhe um profundo arrependido por uma falta cometida contra sua mãe – da qual ela nem sequer se lembrava mais –, só sendo, porém, consolado quando lhe foi ensinado o ato de contrição.

Na casa da família Engling, a Mãe de Deus recebia um lugar de honra na sala, sendo que, durante o mês de maio de 1910 – enquanto José se preparava para sua Primeira Comunhão –, Ela foi especialmente rodeada por várias flores, das quais o próprio José se encarregava de cuidar – o que já nos antecipa o amor que ele nutrirá pela Mater Ter Admirabilis no Santuário, seu lar espiritual, e as “Flores de Maio” do ano de 1916, símbolo de seu zelo pelo Capital de Graças (o “nada sem nós”).

De tal forma ele viveu sua corresponsabilidade pela concretização do “Mistério de Schoenstatt” que será chamado de “Documento de Fundação vivido” pelo próprio Fundador do Movimento, Pe. José Kentenich, a quem, aliás, Engling se entregou de forma profundamente filial, confidenciando-lhe toda sua vida, apesar de seu temperamento melancólico.

Enfim, sua entrega total à Mãe de Deus também se revelou ímpar: a própria disposição da vida por e para Maria! Sem dúvida, é esse “Ato de José Engling” o mais elevado grau de doação de si próprio na Aliança Amor, desvelando a atitude e a vivência heróica da Carta Branca e da Inscriptio.

Em suma, Engling conquistou e cultivou um vínculo profundo aos 3 pontos de contato e encarnou de forma preclara os ideais e a missão de Schoenstatt em sua vida.

Não por outro motivo, Pe. Kentenich proferirá, na manhã do 11/04/1948, antes da benção do Santuário Tabor, uma palestra à Família de Schoenstatt de Santa Maria/RS, afirmando que o futuro daquele Santuário e daquela Família dependeria de que eles se deixassem formar como um novo José Engling:

“Tudo depende de se encontrar outro José Engling, que se entregue à Mãe de Deus e se deixe educar inteiramente por Ela. Se for assim, garanto-lhes que a Mãe de Deus e Jesus se estabelecerão aqui, para modelar uma legião de pequenos José Engling. Agora, deveria perguntar-lhes: Quem quer ser o José Engling da América do Sul? Em resposta, digo-lhes que Nossa Senhora o sabe. Na Santa Missa pedir-lhe-ei – e o faço por todos os presentes – que se estabeleça aqui, a partir de hoje, juntamente com Jesus, para que, como ela fez em Schoenstatt, ambos eduquem pequenos santos a muitíssimos dos que chegarem a este local.”

Entre os presentes, estava o sr. João Luiz Pozzobon, cuja vida e obra demonstram, de forma inequívoca, que ele de fato assumiu e se deixou formar como um novo Engling. E hoje somos nós os convidados a seguirmos os passos deste que foi o “Documento de Fundação vivido”, a fim de vivermos, como ele, o heroísmo na autoeducação, na formação de homens novos para uma nova comunidade!

Comissão Fackellauf

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