Sei em quem pus minha confiança
(2 Tim 1,12)

Maria Eugênia MahringerEsta frase, dita pelo Pai Fundador, Pe. José Kentenich, em 1931, no Santuário Original, quando ela assumiu a tarefa como dirigente da Juventude Feminina de Schoenstatt, caracterizou profundamente a vida de Eugênia.

Nasceu no dia 18 de novembro de 1906, em Schwäbish Gmünd, na Alemanha. Seu pai era professor de uma Escola Industrial e membro ativo do partido político do Centro. O interesse pelas questões políticas foi-lhe transmitido no berço e se manteve vivo até o fim de sua vida. Sua infância foi profundamente marcada pela morte prematura de sua mãe, quando Eugênia tinha apenas três anos.

Terminando o colégio, freqüenta, entre 1925 e 1928, o Seminário de Economia Doméstica no Monastério de Siessen. Aí conheceu Schoenstatt, por meio de um sacerdote schoenstattiano, o Pe. Franz Grim. Em 21 de abril de 1928, foi recebida na União Apostólica.

Depois de seus estudos, desde 1929, passou por diversos colégios como professora de ginástica e esportes. Primeiro, esteve no colégio feminino Sta. Agnes em Stuttgart (1929), logo em seguida, em Ludwigsburg e Reutlinger, até que, em 1931, o Fundador lhe pede para assumir como tarefa principal a direção de toda a Juventude Feminina de Schoenstatt, na Alemanha.

Já em 1929, ela havia visitado Schoenstatt, na ocasião da grande jornada feminina do sul. Em 1930, chegou a ser dirigente juvenil em Schwaben e organizou, em agosto desse ano, a primeira jornada da juventude, do sul da Alemanha, em Schoenstatt.

Ao final desta, o Fundador lhe convida para fazer um retiro, em Schoenenberg, perto de Ellwangen, onde ambos mantém um longo diálogo sobre o trabalho com a Juventude em Schoenstatt e o Fundador lhe mostra sua vocação como guia da Juventude Feminina schoenstattiana.

Entre 1931 e 1933, trabalha, em estreita colaboração com o Fundador, na juventude feminina em Schoenstatt, onde também conheceu e aprendeu a estimar o Pe. Eise. Em 1933, as autoridades educacionais do nacional-socialismo a obrigam a reassumir imediatamente o seu posto no colégio, a fim de afastá-la de Schoenstatt. Entre 1934 e 1941, trabalha como professora de economia doméstica, ginástica e esportes em Ochsenhausen (Biberach). Mas, continua com o seu trabalho na juventude de Schoenstatt.

Em 1941, muda-se à escola profissional de Wernau, onde vive até sua prematura aposentadoria em 1960, ainda que, desde 1956, não pôde continuar trabalhando, devido a uma grave enfermidade na coluna.

A fundação do Instituto Nossa Senhora de Schoenstatt se deve, de modo substancial, à participação de Eugênia, durante a época do nacional socialismo. Por desejo do Pai Fundador, fez parte dos primeiros diálogos sobre as Constituições em 1935, 1936 e 1938.

Ela contribuiu, principalmente, para a aspiração da juventude de Schoenstatt. E foi muito educada pelo Pe. José Kentenich, se ele depositava nela a sua confiança, sabia também que podia exigir-lhe grandes sacrifícios, para que crescesse na santidade.

Durante a época do Nacional Socialismo, trabalhou nas assim chamadas “comunidades de urgência”, que deveriam garantir, apesar dos grandes riscos externos, a vida schoenstattiana, da Região de Schwaben.

A partir de 1945 até 1976, Eugênia pertence à direção da juventude, da Região de Schwaben. Durante este período, se construiu o Santuário da Volta Vitoriosa (Stuttgart), a casa regional e o lar de estudantes, além da fundação no Chile.

Foi também ela que, com fé na Divina Providência, reconheceu o imenso significado da Missão do 31 de Maio e a fez penetrar espiritualmente na Região. Seu encontro com o Pai e Fundador, em Milwaukee, em 1962 e 1963, constituiu para ela uma ajuda espiritual e uma força muito importante.

e modo, para ela e para toda a Região, foi um grande presente que nosso Pai Fundador celebrar no Pentecostes de 1966, seu retorno com toda a Região na Liebfrauenhöhe, coroando a Mãe de Deus como a Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt.
Em 1976, participou como membro no Congresso Geral. Durante seus últimos anos, em Freiberg, sentia-se especialmente comprometida à Adoração no Santuário.

Poucos dias antes de sua morte, sentiu-se mal, na Igreja. Continuou, mesmo assim, ocupando-se de sua casa. Sem passar pelo leito da enfermidade, Eugênia falece no dia 14 de julho de 1988, em sua habitação na casa regional.

Suas palavras: “… as maiores da geração fundadora seguiram seu caminho. Mas levaram consigo seu ideal de fundação e suas tarefas, para realizá-los em sua profissão, nos ramos, no estrangeiro. À cabeça de ambos os Institutos Seculares chegaram duas personalidades da geração fundadora como Superiora Geral das Irmãs de Maria e das Senhoras de Schoenstatt. Outras jovens foram crescendo e assumiram as tarefas de dirigentes entre a juventude feminina… as gerações vão e vem. Sempre insistia nosso Pai fundador dizendo: ‘Cada geração deve novamente conquistar Schoenstatt’ Ele confiou plenamente nas gerações futuras e em 1935, agradecendo-lhes por todos os tempos disse, confiando em sua fidelidade à Schoenstatt e em seu espírito de entrega: ‘À estas gerações futuras quero agradecer também deste lugar’. Isto vale também para a juventude feminina de nossos dias.” (Maria Eugênia Mahringer, 11 de agosto de 1981 no jubileu dos 50 anos de fundação da juventude feminina, celebrado em Schoenstatt de 10 à 13 de agosto de 1981)