O Senhor Manfred Worlitschek, nasceu na cidade de Karlsruhe, na Alemanha, no dia 12 de setembro de 1958. Ele já vivia no Brasil por 30 anos e, em suas tarefas recentes ele representava a comunidade dos Irmãos de Maria a nível nacional, e fazia parte da Direção Geral do instituto. Além disso era assessor da Coluna Masculina, inclusive da Juventude do Regional Sul.

Manfred trabalhava com madeira, sendo que muitos Santuários do Brasil e do Mundo tem a mão dele na arte do altar, além disso ele era a única pessoa no Brasil construtora de órgão de tubos. Ele se dedicava tanto a sua profissão a exemplo de São José, humilde carpinteiro e pai de Jesus.

Em um testemunho para a página Schoenstatt.org o Irmão Manfred nos conta a grandiosidade da vocação ao instituto dos Irmãos de Maria. “Quando mais me aprofundei na espiritualidade de Schoenstatt, percebi que esta harmonia entre Deus, obra e criação está bastante desequilibrada, até as vezes quebrada ou enferrujada e empoeirada. Entre a Igreja e o mundo parece que existe um vácuo, tipo buraco negro, que suga o mundo e a nossa convivência sobrenatural em um vazio. Participamos da missa e saindo da porta esquecemos o Deus e mergulhamos no mundo praticamente sem se dar conta Dele. E inverso, quando entramos, deixamos o mundo lá fora, como um carro que não pode entrar na igreja. Se pensamos por acaso no ‘mundo’ durante a missa achamos não piedoso, falta de fé, desrespeitoso, fomos infectados, contaminados e induzidos a separa o mundo do sobrenatural. Os Irmãos de Maria tentam, como Maria, fazer uma ponte em cima do buraco negro, encher o vácuo entre mundo e Igreja. Não é trabalho de Super-heroi, é trabalho de qualquer cristão, com qualquer profissão e tarefa. Nós apenas temos a missão de despertar o que deve ser feito e mostrar, em termos humildes e simples, o que devemos fazer para construir pontes”.

Irmão Manfred sempre foi um grande exemplo de ponte, entre o mundo e a Igreja, os jovens do regional sul que conviveram durante muitos anos com o Irmão, em encontros, em conversas informais, nos contam alguns testemunhos de sua vida e como ele auxiliou o crescimento do JUMAS e crescimento pessoal de cada membro. Uma frase que marca muito a pessoa do Irmão para a juventude do regional sul é: “ou tudo ou nada, sonhe grande”, a partir disso os jovens se motivaram a não desistir de vossos anseios pessoais.

O Padre Clodoaldo Kamimura, assessor do JUMAS Regional Sul, juntamente com o Irmão nos conta a última lembrança que tem do Manfred. “Penso que o melhor foi o que ele disse para nós nas missões; foi sua herança: podemos procurar, ver e achar Cruzes em toda parte: nas edificações, no corpo humano, na natureza. ‘Eu fiz com prazer essas Cruzes da missão para vocês’”.

O jovem Felipe Seitenfus da Juventude Masculina que residia junto com o irmão nos da um testemunho cheio de emoção.

Desde que recebi a notícia do falecimento do Sr. Manfred, uma palavra não sai da minha cabeça: Abenteuer, alemão para “aventura”. Se pudesse resumi-lo em uma palavra, seria essa.

O Manfred tinha um jeito bem peculiar de olhar para os problemas que surgiam. Enquanto a maioria de nós fica bravo e reclama, ele sempre dizia “Ainda bem que surgiu um problema!”. Ele nunca reclamava, pois, para ele, esses momentos eram uma oportunidade, uma forma de cumprir aquela que é a grande missão schoenstattiana: ligar Deus ao mundo, e o mundo, a Deus. O Manfred tinha, como poucos, um forte espírito de missão, de atitude, de não ter receio de fazer o que tem que ser feito. Seja seu sim, sim. Seu não, não. E mergulhe de cabeça.

Em resumo, eu diria que quem teve a oportunidade de conviver, ou mesmo de conhecer por um breve momento o Sr. Manfred, certamente sentiu o próprio lado aventureiro aflorar. E a partir de agora, o Regional Sul tem a missão de preservar e seguir seu legado. Dificuldades? Problemas? Nein, das ist ein Abenteuer!

Ontem quando soube da notícia do falecimento do Irmão Manfred o atual secretário do Regional Sul compartilhou conosco sua vivência com ele. “Hoje o dia aqui na terra começou muito mais do que triste ou sem cor. Um dia para recordar as lembranças boas e os maravilhosos ensinamentos de uma grande pessoa, um grande amigo e um sensacional assessor, Irmão Manfred, como carinhosamente o chamávamos. Lembro do meu primeiro contato com Schoenstatt no Homem Novo, ele estava junto de nós e ensinava através de lembranças e histórias de Nosso Pai Fundador e ficava a nos encorajar a nova missão. Como era de costume, suas analogias ligavam as coisas terrenas, trabalho, estudos e gostos, a Deus e isso sempre me faz pensar, e ver Deus nas pequenas coisas. Com toda a certeza, seus conhecimentos e a forma que nos ensinou vão ficar em nossos pensamentos e em nossos corações.

Manfredo obrigado, te amamos”.

O jovem Ariel Stival nos conta um pouco do que ele viveu com o Irmão, “lembro do Manfred no meu Homem Novo em 2013, e nestes mais de 5 anos de convivência cada vez que nos encontrávamos era uma experiência de vida nova que eu vivia. A última e sem dúvida a que mais vai ficar se encerrou neste domingo, 27, estávamos em MCT no Regional Sul e o Irmão durante muitas coisas nos ensinou duas que eu marco, a primeira é cuidar de quem está ao nosso lado, e a segunda e ver cruzes em todos os lugares, e hoje, durante a missa de corpo presente, segurando a cruz missionária que ele mesmo fez para nós a emoção tomou conta muitas vezes. Encerro fazendo referência a musica que ele mesmo compôs, ‘muito obrigado posso dizer, meu obrigado é meu dever…’, eterno agradecimento Irmão”.

Os representantes do JUMAS no Regional Sul, fizeram sua última homenagem ao assessor, abraçados em torno do local onde sepultaram o Irmão Manfred, entre lágrimas de emoção entoaram o Hino de Franz Reinish, como uma pequena forma de agradecimento a todo o empenho do irmão, ele que viveu inteiramente para Schoenstatt.

O Padre Clécio Almeida ao escutar os jovens cantando o hino após o sepultamento, se lembrou de um acontecimento e nos contou. “Hoje de manhã quando me afastei, ouvi o Hino, olhei para trás e vi a mesma cena desta foto…

… foi na virada do dia 17 para o dia 18 de outubro de 2014. O ano do centenário. Foi o meu ano especial na obra de Schoenstatt, o ano de minha aliança, o ano que começamos o Jumas Santa Luzia, vocês abraçados em torno do Manfred me lembrou aquele momento em 2014. Schoenstatt é isso: a chama vai passando. Levaremos a chama do irmão Manfred para sempre”.

Sobre o Autor