Movimento de Schoenstatt

Em 18 de outubro de 1914, na Capelinha de São Miguel, em Schoenstatt, Valendar, o Padre José Kentenich apresentou à Congregação Mariana do Seminário uma ideia ousada: transformar a Capelinha em um Tabor, um lugar onde Maria manifestasse sua glória. Ele convidou os jovens a se comprometerem com oração e sacrifício, buscando que a Mãe de Deus escolhesse aquele lugar para distribuir suas graças e operar milagres.

Inspirado pela fundação do lugar de peregrinação Valle di Pompei na Itália, o Padre Kentenich acreditava que, com fé e sacrifício, a Capelinha poderia tornar-se um centro de renovação espiritual e moral. Os jovens acolheram essa ideia como uma iniciativa da própria Mãe de Deus e, sob a orientação do Padre Kentenich, dedicaram-se à sua concretização.

Paralelo Ingolstadt-Schoenstatt

Em 1915, os jovens de Schoenstatt descobriram a Congregação Mariana de Ingolstadt, na Baviera, que, no século XVI, experimentou um florescimento mariano sob a orientação do sacerdote Jacob Rem. Inspirados por essa história, eles adotaram o título de “Mãe Três Vezes Admirável” para a imagem de Maria na Capelinha de São Miguel.

A partir do novo Santuário, a Mãe de Deus desenvolveu uma ação extraordinária, não através de curas físicas, mas como Educadora do “Homem Novo”. Em Schoenstatt, os peregrinos experimentam três graças: acolhimento, transformação interior e missão apostólica.

Na Primeira Guerra Mundial

Durante a Primeira Guerra Mundial, alguns jovens de Schoenstatt se dedicaram tanto à “ideia predilecta” que ofereceram suas vidas pela realização do Programa de 18 de outubro de 1914. Entre eles, José Engling destacou-se ao fazer uma consagração a Nossa Senhora de Schoenstatt, oferecendo-se como vítima pelas tarefas da Congregação. Sua morte heroica em 4 de outubro de 1918, na frente da Flandres, é lembrada hoje com um Santuário de Schoenstatt próximo ao local de sua morte, em Cambrai, França.

Movimento Apostólico

Após a guerra, os jovens que retornaram formaram a “União Apostólica” em 20 de outubro de 1919, a primeira comunidade apostólica de Schoenstatt. Um ano depois, a União foi aberta também às mulheres e, em 1920, foi fundada a “Liga”, que agrupava membros de todas as idades e profissões. Em 1926, o Padre Kentenich fundou as Irmãs de Maria de Schoenstatt, iniciando os Institutos Seculares de Schoenstatt.

Perseguição

Durante a perseguição nazista, o Movimento Apostólico de Schoenstatt enfrentou grande violência. O Padre Kentenich e vários sacerdotes foram enviados ao campo de concentração de Dachau. No entanto, a obra cresceu em extensão e profundidade. As cruzes tumulares atrás do Santuário de Schoenstatt testemunham a coragem da geração fundadora e das vítimas do nazismo, como o Padre Albert Eise e o Padre Franz Reinisch, que morreram como mártires.